Aditivos químicos na alimentação infantil

A crescente popularidade dos alimentos ultraprocessados na dieta infantil é preocupante, uma vez que esses produtos contêm diversos aditivos químicos que podem causar danos à saúde das crianças. Esses aditivos, cujo propósito é melhorar o sabor, a cor, a textura e a durabilidade dos alimentos são amplamente utilizados na maioria dos produtos alimentícios que são consumidos diariamente pelas crianças como iogurtes, biscoitos, sucos, pães e até nas fórmulas infantis. A chamada “comida de criança” está cheia de aditivos que dão cores vibrantes e sabor impactante com o objetivo de sequestrar o desejo e paladar dos pequenos. O que são Aditivos Químicos? Aditivos químicos são substâncias adicionadas aos alimentos para realçar características como sabor, cor, textura e aroma. No Brasil, os mais comuns incluem: – Corantes artificiais: exemplos incluem tartrazina, azul brilhante e vermelho 40. – Conservantes: nitratos e benzoatos são frequentemente utilizados para prolongar a vida útil dos alimentos. – Aromatizantes: compostos como glutamato monossódico são utilizados para intensificar o sabor. – Edulcorantes: substâncias como aspartame e sucralose substituem o açúcar para fornecer doçura sem calorias. – Emulsificantes: presentes em muitos produtos para ajudar na mistura de ingredientes. Riscos Associados aos Aditivos Estudos indicam que a exposição a esses aditivos pode resultar em diversos problemas de saúde, especialmente entre crianças: 1. Comportamento e Cognição: corantes como tartrazina e vermelho 40 foram ligados a hiperatividade e dificuldades de concentração em crianças, particularmente aquelas com TDAH. 2. Microbiota Intestinal: emulsificantes e edulcorantes podem alterar a microbiota intestinal, comprometendo a absorção de nutrientes e afetando a saúde digestiva. 3. Obesidade e Metabolismo: o consumo frequente de edulcorantes pode desregular a percepção de sabor e levar ao aumento do consumo de ultraprocessados e, consequentemente, ao ganho de peso. 4. Reações Alérgicas: algumas crianças podem desenvolver reações alérgicas a corantes e conservantes, apresentando sintomas como urticária e dificuldades respiratórias. 5. Neurotoxicidade: a exposição a aditivos como glutamato e aspartame pode afetar o sistema nervoso central, gerando riscos de alteração no desenvolvimento cognitivo. O glutamato monossódico (MSG), utilizado para realçar o sabor dos alimentos, pode provocar alterações neurológicas e afetar o equilíbrio dos neurotransmissores. Também está associado a dor de cabeça, dormência, náuseas e dor torácica. Ultraprocessados e a seletividade alimentar Além disso, existe outro problema crescente relacionado ao consumo de ultraprocessados: a recusa alimentar. Muitas crianças têm apresentado algum grau de seletividade alimentar induzida por alterações no paladar causadas pelos ultraprocessados. Depois de começar a comer produtos fabricados especificamente para hiper estimular o paladar e o sistema nervoso central a criança passa a recusar alimentos in natura, pois não provocam o mesmo efeito. A comida natural passa a ser menos atrativa, fica sem gosto e sem graça. Uma maçã, por mais nutritiva que seja, não consegue competir com o sabor intenso de um biscoito recheado. É uma “competição desleal” que começa quando nós adultos passamos a ofertar esses alimentos para as crianças. A rotina corrida, a sobrecarga materna e a propaganda da praticidade e do “valor nutritivo” dos produtos vendidos para crianças nos levaram a acreditar que não damos conta de ofertar alimentos mais saudáveis para as crianças. Chegamos em um ponto em que acreditamos, erroneamente, que cozinhar é dispensável e que frutas e vegetais não são suficientes para nutrir nossos filhos. Seria tão prático oferecer uma maçã ou banana para uma criança quanto abrir um pacote de biscoito, mas passamos a crer que “fruta não sustenta”. Essa ideia é um mito que precisa ser combatido pelo bem de nossas crianças. Esses alimentos são fontes ricas de vitaminas, minerais e fibras, essenciais para o crescimento e desenvolvimento saudável. A praticidade de abrir um pacote de biscoito não supera a riqueza de uma fruta. Diante da crescente evidência sobre os riscos associados ao consumo de aditivos químicos na alimentação infantil, é fundamental que nós como pais sejamos mais conscientes a respeito do que estamos ofertando para nossas crianças. Optar por uma alimentação natural e reduzir drasticamente a ingestão de ultraprocessados é um passo muito importante para garantir a saúde e o bem-estar das crianças. A promoção de uma dieta baseada em alimentos frescos e minimamente processados é essencial para o crescimento saudável e desenvolvimento físico e mental adequado. Incentivar hábitos alimentares saudáveis desde cedo, incluindo a preparação de refeições em casa e a seleção de ingredientes frescos, pode ajudar a minimizar o consumo de aditivos e promover saúde a longo prazo. Os pais podem preparar lanches caseiros utilizando frutas, verduras e cereais integrais, evitando produtos industrializados. Pode não ser fácil no começo, mas tenho certeza de que é possível e os resultados positivos serão vistos rapidamente. Algumas dicas para reduzir a exposição das crianças aos aditivos químicos: Prefira alimentos naturais e minimamente processados, como frutas, legumes e grãos integrais; Leia os rótulos e evite produtos com listas extensas de ingredientes desconhecidos; Não tenha em casa refrigerantes, salgadinhos, biscoitos, embutidos e doces industrializados; Opte por preparar lanches caseiros saudáveis. Alimentar nossos filhos com comida natural e saudável é algo que nunca vai gerar nenhum arrependimento! Se você precisa de ajuda ou quer facilitar esse processo me envie uma mensagem clicando em um dos links abaixo!